Governo diz que medida faz parte de redistribuição de recursos

© Reuters
Porto Velho, RO - O governo da Venezuela disse nesta segunda-feira que fechará suas embaixadas na Noruega e na Austrália e abrirá novas embaixadas em Burkina Faso e no Zimbábue, em uma reestruturação de seu serviço de relações exteriores, após semanas de tensões crescentes com os EUA.


Os fechamentos fazem parte da "redistribuição estratégica de recursos", disse o governo do presidente Nicolás Maduro em um comunicado, acrescentando que os serviços consulares para os venezuelanos na Noruega e na Austrália serão prestados por missões diplomáticas, com detalhes a serem compartilhados nos próximos dias.
O Ministério das Relações Exteriores da Noruega disse que recebeu uma notificação sobre o fechamento da embaixada, mas não informou o motivo da decisão. A Noruega não tem embaixada em Caracas e trata dos assuntos locais por meio de sua embaixada na capital da vizinha Colômbia.
"Isso é lamentável. Apesar do fato de termos pontos de vista diferentes sobre várias questões, a Noruega deseja manter o diálogo com a Venezuela aberto e trabalhará para isso", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores à Reuters.
O anúncio ocorreu poucos dias depois que o Comitê do Nobel em Oslo anunciou que a líder da oposição venezuelana María Corina Machado havia ganhado o Prêmio Nobel da Paz de 2025 por lutar pela democracia no país sul-americano.
Machado dedicou o prêmio ao presidente dos EUA, Donald Trump.
"O Prêmio Nobel é independente do governo norueguês e, quando se trata de questões sobre o prêmio, nos referimos ao Comitê Nobel", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Noruega.
Kristian Berg Harpviken, secretário do órgão de premiação, disse à Reuters que o fechamento da embaixada venezuelana não era um problema para o comitê.
"Para o comitê, a tarefa em questão é selecionar o ganhador certo do Prêmio Nobel da Paz", disse ele. "E María Corina Machado é certamente uma vencedora digna!"
A embaixada da Venezuela em Oslo não respondeu imediatamente a um pedido de comentário por email. As ligações telefônicas para os dois números listados no site da embaixada venezuelana, feitas fora do horário comercial, não tocaram e não foram atendidas.
Aliados estratégicos
Caracas disse que, em vez disso, estava estabelecendo novas embaixadas em "duas nações irmãs, aliadas estratégicas na luta anticolonial e na resistência contra as pressões hegemônicas".
Acrescentou que essas novas embaixadas serviriam para lançar projetos conjuntos envolvendo agricultura, energia, educação, mineração e outros interesses comuns.
O fechamento das embaixadas dos dois aliados dos EUA ocorreu após semanas de tensões crescentes entre Caracas e Washington.
A Venezuela tem pedido apoio à Organização das Nações Unidas por causa de vários ataques militares mortais dos EUA contra navios na costa do Caribe, que Washington alega estarem transportando drogas.
Alguns aliados dos EUA no Conselho de Segurança da ONU pediram a redução da escalada e o diálogo.
A Venezuela disse que está em uma situação em que é racional esperar um ataque armado contra o país no curto prazo, e Maduro alegou que os EUA estão buscando uma mudança no governo.
Washington não respondeu a essa acusação, mas tem chamado o líder socialista da Venezuela de chefe ilegítimo de um narcoestado. Os EUA também anunciaram uma nova força-tarefa antidrogas em seu Comando Sul, um braço militar com atuação na América Latina.
Os governos do Zimbábue e de Burkina Faso estão mais alinhados com o da Rússia, que tem apoiado a Venezuela na ONU e acusado os EUA de agir de acordo com "o princípio cowboy de 'atirar primeiro'".
Caracas disse que, em vez disso, estava estabelecendo novas embaixadas em "duas nações irmãs, aliadas estratégicas na luta anticolonial e na resistência contra as pressões hegemônicas".
Acrescentou que essas novas embaixadas serviriam para lançar projetos conjuntos envolvendo agricultura, energia, educação, mineração e outros interesses comuns.
O fechamento das embaixadas dos dois aliados dos EUA ocorreu após semanas de tensões crescentes entre Caracas e Washington.
A Venezuela tem pedido apoio à Organização das Nações Unidas por causa de vários ataques militares mortais dos EUA contra navios na costa do Caribe, que Washington alega estarem transportando drogas.
Alguns aliados dos EUA no Conselho de Segurança da ONU pediram a redução da escalada e o diálogo.
A Venezuela disse que está em uma situação em que é racional esperar um ataque armado contra o país no curto prazo, e Maduro alegou que os EUA estão buscando uma mudança no governo.
Washington não respondeu a essa acusação, mas tem chamado o líder socialista da Venezuela de chefe ilegítimo de um narcoestado. Os EUA também anunciaram uma nova força-tarefa antidrogas em seu Comando Sul, um braço militar com atuação na América Latina.
Os governos do Zimbábue e de Burkina Faso estão mais alinhados com o da Rússia, que tem apoiado a Venezuela na ONU e acusado os EUA de agir de acordo com "o princípio cowboy de 'atirar primeiro'".
Fonte: Agência Brasil
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