Beneficiários do INSS foram vítimas de fraudes por entidades de classe


© INSS/Divulgação

Porto Velho, RO - O valor total ressarcido pelo governo federal a aposentados e pensionistas vítimas de descontos irregulares de mensalidades associativas já chega a R$ 2,3 bilhões, segundo balanço divulgado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Os valores, corrigidos pela inflação, correspondem a cerca de 3,37 mil pagamentos já emitidos, com depósitos programados até o dia 27 de outubro.

De acordo com o INSS, nesta nova fase do acordo, mais de 500 mil beneficiários que já haviam contestado descontos e aguardavam a análise das entidades poderão aderir ao ressarcimento.

O instituto também informou ter identificado novas irregularidades nas respostas de algumas organizações.

“Pelo menos seis entidades usaram softwares para falsificar assinaturas ao responder às contestações dos aposentados e pensionistas. Muitas também enviaram gravações de áudio como resposta, o que não é aceito como prova”, destacou o INSS em nota.

Os descontos diretos de mensalidades associativas nos benefícios previdenciários estão suspensos desde 23 de abril, após a deflagração da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A investigação revelou a existência de um “esquema nacional” que lesou milhões de beneficiários em todo o país.

Até o momento, a CGU e o INSS instauraram 52 Processos Administrativos de Responsabilização (PAR) contra 50 associações e três empresas suspeitas de fraude, de lesar aposentados e pensionistas e de pagar propina a agentes públicos.

Após descobrir o golpe, o governo federal decidiu restituir os valores aos beneficiários prejudicados, mediante compromisso de não ingressar com ações judiciais contra o governo. A medida, no entanto, não impede que as vítimas processem as entidades envolvidas nas fraudes.


Fonte: Agência Brasil