Ela se tornou no sábado primeira mulher indicada a chefe do Executivo


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Porto Velho, RO - A nomeação de Sanea Takaichi como chefe do Executivo do Japão foi questionada nesta sexta-feira (10), depois do anúncio de um partido minoritário da coligação governamental ter anunciado que pode abandonar a aliança política.

O partido centrista Komeito, parceiro minoritário na coligação governamental do Japão, anunciou que pode se retirar da aliança com o Partido Liberal Democrático (PLD), liderado por Sanae Takaichi, apontada como primeira-ministra.

A causa da crise foram as notícias publicadas sobre fundos secretos suspeitos do PLD.

A nomeação de Takaichi, prevista para o final deste mês, pode agora estar comprometida caso seja confirmada a ruptura na coligação governamental.

"Queremos que a coligação PLD-Komeito volte à estaca zero", disse hoje Tetsuo Saito, líder do Komeito.

De acordo com a comunicação social japonesa, Saito considerou insatisfatórias as respostas de Sanae Takaichi ao escândalo relacionado com fundos secretos do PLD.

Sanae Takaichi, 64 anos, ultranacionalista, foi eleita no sábado (4) líder do partido conservador de direita PLD, substituindo o ex-primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, tornando-se a primeira mulher indicada como chefe do Executivo no Japão.

O PLD tem governado o país desde 1955, apesar das frequentes mudanças de liderança.

O pequeno partido Komeito, apoiado pela organização budista japonesa Soka Gakkai, é um parceiro político de longa data do PLD.

Takaichi procurava aliados no Parlamento: tanto o PLD quanto o Komeito perderam a maioria em ambas as câmaras do Parlamento em 2024.

No partido Komeito também há críticas contra Sanae Takaichi por causa de supostas mudanças de postura da líder ultranacionalista diante das visita ao santuário dedicado aos militares japonneses.

No passado, Takaichi realizou inúmeros deslocamentos ao Santuário Yasukuni, em Tóquio, dedicado aos mortos de guerra do Japão e considerado um símbolo do passado militarista do país.

A visita de Shinzo Abe a Yasukuni em 2013, a última de um primeiro-ministro na função, provocou protestos em Pequim e Seul, além de críticas em Washington.

Os meios de comunicação japoneses noticiaram que Takaichi considerava cancelar a visita ao santuário budista durante o Festival de Outono, em meados de outubro.

Fonte: Agência Brasil