Jornalistas de Rondônia travam debate no WhatsApp após Gisele Maiolino Furtado, da Rádio Clube Cidade FM 94,1, divulgar lista que atribui 40 sites ao vereador Everaldo Fogaça. Donos dos portais chamam a acusação de fake news, cobram retratação e rechaçam tentativa de atribuir autoria ao jornalista Paulo Andreoli.

Porto Velho (RO) — Um intenso debate tomou conta do grupo de WhatsApp “União de Jornalistas” após a empresária e radialista Gisele Maiolino Furtado, proprietária da Rádio Clube Cidade FM 94,1, afirmar ter protocolado denúncia no Ministério Público de Rondônia (MP-RO) acusando o vereador Everaldo Fogaça de controlar 40 sites de notícias.
A polêmica ganhou corpo quando Gisele compartilhou no grupo uma lista com os supostos portais — o que levou proprietários e editores citados a reagirem com indignação, classificando o conteúdo como fake news e exigindo retratação pública.
Reações no grupo

- Donos de sites apontados na lista contestaram a veracidade das informações e pediram correção imediata. “Quero ver ela provar”, disse a jornalista Yalle Dantas, que relatou prejuízos profissionais e disse ter perdido uma campanha de anúncio. Em mensagens, ela cobrou respeito à trajetória de 34 anos no jornalismo e disse: “Agora sei quem anda distribuindo fake e prejudicando a imprensa da capital e interior.”
- O administrador do site AconteceRO, Allan Poleto, encaminhou nota a Gisele pedindo retratação em 24 horas, sob pena de medidas judiciais, ressaltando a atuação legal do portal, CNPJs públicos e mais de 15 anos de trabalho.
- Outros profissionais, como Carlos Araújo e Marcos (TVs), também criticaram a lista e repudiaram a vinculação de seus veículos a suposta “OCRIM”, termo usado por participantes para se referir a organização criminosa, classificando a acusação como ofensiva e sem provas.
Tentativa de atribuir autoria a terceiro

Diante da pressão, Gisele afirmou no grupo que apenas recebeu a lista “pronta” do jornalista Paulo Andreoli, pedido que não o “colocassem na confusão”. A declaração foi rebatida por integrantes, que cobraram que a empresária assumisse a responsabilidade pela divulgação. Andreoli, por sua vez, buscou se afastar da polêmica e pediu foco no trabalho, conforme mensagens registradas pelos participantes.

Contexto e impacto
- A controvérsia surge em meio a um ambiente delicado para pequenos veículos e profissionais independentes de Rondônia, que relataram perdas de contratos e prejuízo reputacional após a disseminação da lista.
- Participantes discutiram a possibilidade de ações por danos morais e responsabilização por divulgação de conteúdo falso, pedindo apuração antes de acusações públicas.
- O nome do vereador Everaldo Fogaça é o centro da denúncia, mas, no grupo, jornalistas cobraram provas documentais e alertaram contra a criminalização de veículos regulares e registrados.
O que dizem os citados
- Gisele Maiolino Furtado: afirmou não ter encaminhado denúncia ao MP-RO e disse ter recebido a lista de terceiros, citando Paulo Andreoli como autor.
- Jornalistas e donos de sites: classificam a lista como fake news, exigem retratação e anunciam possível judicialização.
- Paulo Andreoli: negou envolvimento direto e rechaçou ser usado como “culpado” na controvérsia, segundo mensagens no grupo.

Bolsonarista Gisele Maiolino Furtado e ao lado do condenado General Augusto Heleno

Próximos passos


- Os profissionais afetados prometem formalizar pedidos de retratação e, se necessário, ingressar com ações judiciais.
- A expectativa é que o Ministério Público de Rondônia, como foi provocado oficialmente, esclareça se e promova um TAC - Termo de Ajuste de Conduta para regulamentar os procedimentos para recebimentos de verbas institucionais em Rondônia.

Nota do editor
- Esta reportagem se baseia nas mensagens trocadas no grupo de WhatsApp “União de Jornalistas” encaminhadas à redação. Até o momento, não foram apresentados documentos públicos que comprovem a ligação dos sites citados ao vereador Everaldo Fogaça.
O espaço permanece aberto para manifestações de Gisele Maiolino Furtado, do vereador Everaldo Fogaça e de quaisquer partes mencionadas. Se desejarem, podem enviar notas oficiais para atualização desta matéria.
GISELLE MAIOLINO FURTADO

Boa tarde, Sra. Gisele Furtado,

Me chamo Allan Poleto e sou administrador do site AconteceRO. Talvez ainda não me conheça pessoalmente, mas faço questão de me apresentar para esclarecer de forma direta e respeitosa.

Quero deixar claro que nunca tive qualquer envolvimento com organização criminosa. Tenho consciência da gravidade de uma acusação desse tipo e, por isso, não posso permitir que informações infundadas atinjam a minha história, a de meus colaboradores e a imagem da empresa que construímos com tanto esforço.

O AconteceRO nasceu em Vilhena e, com muito trabalho, expandimos para Porto Velho. São mais de 15 anos de atuação limpa, transparente e registrada oficialmente, com CNPJs públicos e disponíveis a quem quiser consultar. Tudo o que temos foi conquistado com dedicação e seriedade.

Por respeito aos nossos leitores, clientes e equipe, peço que a senhora se manifeste de forma clara e providencie a retratação neste grupo. Esse pedido não é apenas pessoal, mas também um direito assegurado pela lei a qualquer cidadão cuja honra seja atacada.

Dessa forma, estabeleço o prazo de 24 horas, a contar do recebimento desta mensagem, para que seja feita a retratação. Caso contrário, com a serenidade que a justiça nos garante, acionaremos nossa assessoria jurídica para buscar a reparação dos danos sofridos.


Atenciosamente,
Allan Poleto
Administrador – AconteceRO