Afonso Motta (PDT-RS) confirmou a exoneração de Lino Furtado, que teria se apropriado de recursos que iriam para um hospital do Rio Grande do Sul enquanto ocupava a chefia do gabinete do parlamentar

O deputado Afonso Motta (PDT-RS). Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Porto Velho, RO - O deputado federal Afonso Motta (PDT-RS) demitiu o seu chefe de gabinete, Lino Furtado, nesta terça-feira 18, depois que o assessor foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) contra um suposto desvio de emendas parlamentares que seriam destinadas a um hospital do Rio Grande do Sul.

Furtado foi alvo de busca e apreensão na semana passada, sob suspeita de ter se apropriado de parte das verbas de uma emenda parlamentar enviada pelo deputado ao hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul. Segundo as investigações, a propina cobrada no esquema seria de 6% sobre os valores enviados.

Segundo o despacho que autorizou a operação, elaborado pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, a polícia aponta “a existência de uma organização criminosa que direcionava emendas parlamentares e se apropriava de parte desses recursos públicos”.

O ministro já havia determinado o afastamento de Furtado da sua função pública.

As investigações ganharam força depois que as autoridades encontraram mensagens no celular de Cliver Fiegenbaum, um outro agente público ligado ao governo do Rio Grande do Sul, que indicava o desvio dos recursos. Fiegenbaum também teve o afastamento determinado por Dino.

Depois que a operação foi deflagrada, o hospital Ana Nery decidiu rescindir o contrato com a CAF Representação e Intermediação de Negócios, uma empresa aberta por Fiegenbaum para, de acordo com a PF, desviar os recursos. Em nota, o hospital afirmou que a decisão foi tomada “com o compromisso de zelar pela transparência, ética e responsabilidade na gestão da instituição”.

Lino Furtado ainda não se manifestou sobre a demissão. Já Afonso Motta, que não chegou a ser alvo da operação da semana passada, se disse “surpreendido” pela ação da PF e evitou dar mais detalhes sobre o caso.

Fonte: Carta Capital