Porto Velho, RO - Os principais beneficiados com a “crise do arroz” que vive o Brasil devem ser os produtores tailandeses.
Após chuvas atingirem plantações e armazéns no Rio Grande do Sul — que é responsável por 70% da produção nacional de arroz — e acenderem sinal de alerta sobre a possibilidade de desabastecimento, o governo federal anunciou que importaria 1 milhão de toneladas do grão para evitar altas nos preços.
A gestão federal sinalizou que compraria grãos do Mercosul, origem de 96% das importações de arroz em 2023. Paraguai, Argentina e Uruguai apareciam como parceiros ideais pelo fato de que a qualidade de seus produtos é semelhante a das brasileiras, além de que a tarifa para este tipo de operação é zero dentro do bloco.
Acontece que, após o anúncio, os preços do grão dispararam nos países vizinhos, chegando a subir 30%. Isso levou o governo a adiar o leilão das toneladas de arroz e zerar seu imposto de importação — a fim de facilitar a compra do cereal de outros lugares do mundo.
Em entrevista à CNN, Andressa Silva, diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), afirmou que a decisão deve tornar o arroz de outros países mais competitivos ao mercado brasileiro e indicou que o grão tailandês deve ser o escolhido para as importações.
A representante destaca importações realizadas pelo Brasil neste ano do país asiático e indica que a qualidade do produto tailandês é o que mais se assemelha ao do Brasil. Os cereais de países como China, Índia e Vietnã, outros grandes produtores, não se adequaria aos padrões de consumo dos brasileiros.
“O consumidor brasileiro é bastante exigente, e o mercado que mais se aproxima, em termos de qualidade, do Brasil é o tailandês”, disse.
De janeiro a abril deste ano, cerca de 18,2% do arroz importado pelo Brasil veio da Tailândia — que ocupa espaço tradicionalmente dos países do Mercosul. Foram transportados ao Brasil cerca de 60 mil toneladas do cereal do país asiático no começo deste ano para suprir necessidades de oferta.
Andressa Silva indica que a retirada das tarifas de importação, inclusive para que a própria indústria compre arroz mais barato, reforça a visão do setor de que a importação do grão pelo governo federal não é necessária.
Fonte: CNN Brasil
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