Ofensas do pedetista contra Janaína Farias (PT-CE) também motivaram um pedido de voto de repúdio da bancada feminina no Senado
Porto Velho, RO - A senadora Janaína Farias (PT), chamada por Ciro Gomes (PDT) de “assessora de assuntos de cama”, anunciou que acionará o político pedetista na Justiça.
Em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta sexta-feira 12, a parlamentar relatou ter ficado indignada com a fala do ex-ministro.
“Não é possível que esse tipo de violência fique impune. Se não fizermos nada, outros homens podem se sentir confortáveis para continuar fazendo esse tipo de ataque às mulheres”, avaliou a parlamentar após o anúncio.
Janaína Freitas ainda ressaltou ser “lamentável que esse tipo de discurso ainda persista” dentro da política brasileira.
“Misoginia, machismo e violência política de gênero parecem ser o único aprendizado que ele teve ao longo do tempo”, disse, apontando o pedetista.
Além da ação judicial, Ciro ainda deve ter, em breve, uma resposta política: a bancada feminina do Senado propôs um voto de repúdio contra Ciro Gomes.
O pedido tem apoio tanto de senadoras de esquerda como, Teresa Leitão (PT) e Eliziane Gama (PSD), quanto de parlamentares da direita, a exemplo de Damares Alves (Republicanos).
As ofensas de Ciro contra Janaína de Freitas acontecem no momento em que ela assume o mandato como senadora, durante a licença de Augusta Brito, que ocupará a Secretaria de Articulação Política do Ceará. Ambas são suplentes de Camilo Santana (PT), senador que está licenciado do posto para exercer o cargo de ministro da Educação. Ex-governador, Camilo se tornou um desafeto de Ciro no Ceará.
Ao repercutir o mandato de Janaína, em entrevista a um jornal cearense, Ciro questionou a competência da política:
“Sabe qual é o serviço prestado para ir ao lugar de Virgílio Távora, de Tasso Jereissati, de Mauro Benevides, de Patrícia Saboya, que tinha uma longa história de políticas sociais, pioneira da política de creche? Aí vai agora a assessora para assuntos de cama do Camilo Santana para o Senado da República? Onde é que nós estamos?”, disse Ciro naquela ocasião.
Ele não voltou ao tema após a repercussão das declarações.
Fonte: Carta Capital
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