Porto Velho, RO - Três influenciadoras foram presas pela Operação Refil Verde, sob suspeita de contrabando de óleo de maconha para cigarros eletrônicos, os vapes, nesta quarta-feira, 24. A investigação contra o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e crimes contra a saúde pública faz parte de uma megaoperação entre a Polícia Civil do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal. Além das influenciadoras, outras 4 pessoas também foram detidas.
De acordo com as investigações, o óleo era trazido dos Estados Unidos escondidos em potes de cera de depilação. O material chegava ao Brasil pelo Paraguai. Segundo o apurado pela operação, a quadrilha ainda divulgava o produto sob justificativa de "uso terapêutico", para conseguir um público maior.Os mandados cumpridos nesta quarta fazem parte de mais uma fase da Operação Nárke. A ação é coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) em parceria com a Polícia Civil do Distrito Federal.
Entenda esquema
Segundo informações da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), a ação da quadrilha era cuidadosa e contava até mesmo com o uso de deep fake, um recurso de Inteligência Artificial usado para manipular imagens.
Tudo começava na compra do óleo de cannabis por fornecedores dos Estados Unidos. Com a negociação feita, o material era entregue no Paraguai e levado ao Brasil em potes de cera de depilação. A partir daí, o óleo ilegal viaja de Foz do Iguaçu para São Paulo, onde o grupo separava e envasava a droga em refis de cigarros eletrônicos, frascos de CBD e outros suportes.
Maconha entrava no Brasil através do ParaguaiFoto: Anthony Bolante/Estadão / Estadão
As vendas eram feitas por sites on-line ou até mesmo pelas redes sociais. Quem cuidava do comércio eletrônico dos itens ilegais na internet eram profissionais da tecnologia que vivam no Rio de Janeiro e estavam envolvidos no esquema.
Segundo a PCERJ, o esquema não era nada amador. Bem articulada, a ação dos criminosos ultrapassava várias camadas de proteção em um "complexo sistema de lavagem de dinheiro proveniente do mercado ilícito das drogas".
Para receber os pagamentos dos pedidos, a organização usava contas bancárias em nome de terceiros, utilizava empresas fantasmas e documentos falsos e até mesmo aplicavam tecnologia de deepface para burlar a segurança de aplicativos bancários.
Divulgação com influenciadoras
O sucesso das vendas dependia da divulgação do produto. Os criminosos sabiam disso e apostaram em diversas linguagens para impulsionar a saída dos itens ilegais. Uma das estratégias era apostar na narrativa do "efeito terapêutico". Boa parte da divulgação vinha do argumento de que o óleo vendido era medicinal e auxiliava na cura de doenças.
Outra estratégia foi usar influenciadores digitais para dar um boom no negócio. Com um bom alcance nas redes sociais, essas pessoas eram pagas para divulgar o esquema. Entre os nomes investigados, três são do Distrito Federal e foram presas nesta recente fase da operação: Rhaynara Didoff, Letícia Susane Correia Castro e Elisa de Araújo Marden.
Fonte: Terra.com
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