Nós, trabalhadores e trabalhadoras em educação comunicamos à sociedade que aderimos à GREVE SANITÁRIA em defesa da vida de todos os membros da comunidade escolar. Queremos destacar que sempre defenderemos o ensino presencial, pois acreditamos que a figura dos educadores não pode ser substituída por máquinas e equipamentos eletrônicos, assim como temos a consciência de que a interação social contribui para o desenvolvimento de nossos estudantes. Entretanto, não podemos nos sujeitarmos e pormos em risco milhares de vidas por conta de uma decisão precipitada que pode contribuir com a elevação de contágio da Covid-19 em nosso Estado. Ressaltamos que não estamos nos recusando a trabalhar, mas queremos continuar trabalhando no modelo remoto até que o cenário seja favorável ao retorno presencial. Nossa principal reivindicação é para que as aulas presenciais retornem somente a partir do dia 15 de outubro, quando os profissionais da Educação estarão completamente imunizados com a 2ª dose da vacina e com o prazo recomendado para atingir o grau máximo de eficácia contra o vírus.

Entendemos que o prazo proposto possibilitará tempo hábil para que o índice de vacinação cresça significativamente, uma vez que Rondônia possui apenas 14,18% de sua população imunizada com as duas doses ou dose única das vacinas. Ou seja, somente agora a vacinação no Estado começou a avançar e a beneficiar um maior número de pessoas.

Mencionamos ainda a necessidade de adequações nas instalações escolares e no transporte escolar, falta de suporte e materiais tecnológico nas salas de informática, além do número insuficiente de profissionais que serão responsáveis pela higienização dos locais e superfícies das escolas, como fatores que impossibilitam o retorno presencial de forma segura e sem apresentar riscos a nossa categoria e aos estudantes.

Destacamos que ao longo de todo esse período de suspensão das aulas presenciais tentamos dialogar com o Poder Público e denunciamos as aulas remotas como um sistema excludente, uma vez que não foram dadas as condições básicas para que nossos estudantes pudessem ter acesso às aulas virtuais. Do mesmo modo, não houve preparação e assistência aos profissionais da Educação, que tiveram que fazer aquisição de ferramentas digitais e arcar com o aumento de despesas de internet e energia elétrica, sem mínima contrapartida do Poder Público. E agora, a categoria é surpreendida novamente com a ação considerada impositiva e irresponsável. O Sintero, como representante dos trabalhadores em educação, ressalta que está propondo um prazo quase insignificante em comparação ao tempo de suspensão das atividades presenciais, com intuito de incentivar o Governo do Estado a construir em conjunto com o sindicato, um planejamento que leve em consideração todos os itens mencionados acima. Diante disso, os trabalhadores em Educação reforçam que possuem consciência de sua responsabilidade social e, por isso, se recusam a contribuir com um possível descontrole da crise sanitária em nosso Estado.

Estamos em GREVE SANITÁRIA, reivindicando que nossos representantes públicos tenham um melhor planejamento e compromisso com a Educação e ofereçam condições estruturais e humanas para atender aos protocolos de biossegurança orientados pelas autoridades nacionais e internacionais de saúde.

Conclamamos à sociedade para que apoie essa luta e impeça que mais vidas sejam perdidas em nosso Estado.

TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO EM GREVE SANITÁRIA. CONTEÚDOS SE REPÕEM, VIDAS NÃO!

Fonte: SINTERO